quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Esboço do conto o Pierrot

E lá passava o pierrot rindo da piada que ja não tinha graça, e olha a disgraça alheia e ria com uma garrafa de cachaça

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Inverso do impresso

Entre meus dentes e meus lábios
Publiquei a flâmula catastrófica famigerada
Da questão entre palavras e pessoas
Inexatas.
Ah, como é bom sentir essa Expressão,
Que única e simplesmente
Dá o prazer de saber e sentir
O que há e o que não há,
E o que pesam ou deixam de pensar.
Jogo na cara dos senhores do regresso
Que procuram seu próprio umbigo, que eles
Não servem para mais nada;
enfim, acabo por aqui nesta forma
de verso, e deixo o sentido flutuar.
(Odnanref Inotseram)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Trechos de Livro que eu Curto.

Quero Morrer! Quando ontem me afastei de você com a alma completamente tumultuada, o coração esmagado por tantas emoções, sentindo-me gelado de horror, consumindo a seu lado minha existência sem esperança, nem sei como pude chegar ao meu quarto. Lancei-me de joelhos, fora de mim... E Deus meu Você meu Deus, Você me concedeu a consolação suprema das lágrimas mais amargas! (GOETHE, 2005, p. 101)._____________________________________________________________________________

Rien n´égale en longueur les boiteuses journées,Quand sous les lourds flocons des neigeuses années
L´ennui, fruit de la morne incuriosité,
Prend les proportions de l´immortalité. […] (BAUDELAIRE, “Spleen”)


Tradução : “Nada iguala a extensão dos longos dias mancos, / Quando sob os pesados flocos da neve dos anos / O tédio, esse fruto da incuriosidade, / Atinge as proporções da imortalidade.”

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E quem te disse, presbítero, que o teu amor não era um crime?Tens razão, consciência! Quando aos pés do venerável Sisberto o gardingo Eurico jurou que abandonava o mundo, devia despir as paixões que do mundo trouxera (...) As minhas paixões não podiam morrer, porque eram imensas, e o que é imenso é eterno.E assim, nem ouso pedir a paz do sepulcro; porque para mim não haveria paz, senão no aniquilamento. (HERCULANO, 1997, p. 41).
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O abismo

O abismo d’minha vida será sempre esta sina?

Não poder realmente ter quem quero, por causa das

vidas passadas?

Responda-me destino, por que assim fico sem

saber o que fazer,

Esse sentimento pútrido sempre me deu vários devaneios,

mas nunca consegui desfrutar realmente por inteiro.

Porque a proporção do seu coração nunca

esteve em mim

Passei só para curar sua carência?

Pois acredito é o que o destino me reserva

Passar por instantes curtos, e ser desapercebido,

Tenho contido minhas emoções para não doar meu espírito,

E não cair em profunda dor, minha transcendência esta destinada

a cuidar de um amor

Que nunca existiu, pois é amor de outro e nunca por mim.

(Fernando Marestoni)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

MOCIDADE E MORTE





Solevantado o corpo, os olhos fitos,
As magras mãos cruzadas sobre o peito,
Vede-o, tão moço, velador de angústias,
Pela alta noite em solitário leito.

Por essas faces pálidas, cavadas,
Olhai, em fio as lágrimas deslizam;
E com o pulso, que apressado bate,
Do coração os estos harmonizam.

Ë que nas veias lhe circula a febre:
É que a fronte lhe alaga o suor frio;
É que lá dentro à dor, que o vai roendo,
Responde horrível íntimo cicio.

Encostando na mão o rosto aceso,
Fitou os olhos húmidos de pranto
Na lâmpada mortal ali pendente,
E lá consigo modulou um canto.

É um hino de amor e de esperança?
É oração de angústia e de saudade?
Resignado na dor, saúda a morte,
Ou vibra aos céus blasfémia d'impiedade?

É isso tudo, tumultuando incerto
No delírio febril daquela mente,
Que, balouçada à borda do sepulcro,
Volve após si a vista longamente.

É a poesia a murmurar-lhe na alma
Última nota de quebrada lira;
É o gemido do tombar do cedro;
É triste adeus do trovador que expira.
(Alexandre Herculano)