quarta-feira, 4 de abril de 2012

Catatonia (refeita)

CATATONIA

Autor: Fernando Marestoni

Eu estava dormindo quando acordo e olho para os lados, parecia uma coisa estranha ao ver, mas eu via todos os dias a mesma coisa. Via minha cama com o travesseiro próximo a cabeceira com aquele amassado côncavo no meio dele. Minha cama tinha sete rugas na vertical, sete na horizontal e mais sete no cobertor fino que me deram. Já era meio escuro, porque a janela de um só vidro tinha plausivelmente ou não plausivelmente trinta centímetros na vertical e na horizontal. Portanto era pouco o meu contato com os pássaros ou ate mesmo com o ar. Fiz a questão de me levantar para ter um mais contato sólido com as quatro paredes, um teto e o chão. Quando eu tocava a parede sentia com minha língua as nervuras dela causadas pela infiltração do banheiro ao lado.    
Sentei, acendi um cigarro. Olhei para fumaça que sabia que me sufocaria. Com o olhar distante e minha cara de paisagem via as pessoas passarem e me olharem com aquele vestido branco que me deram na portaria.
Um tempo depois, acredito que algumas horas que passaram viam-me como minutos em extrema catatonia.
Olhei para esquerda e vi um senhor de bigode exagerado, ele olhava com a mão no queixo e o dedo polegar no lado esquerdo e o dedo indicador do lado direito, com isso não me saia palavras, somente grunhidos. Num espasmo repentino ele pega meu cigarro e diz:
__ Olá senhor, me chamo Friedrich, alguns me conhecem somente pelo sobrenome Nietzsche, vejo que o senhor ai sentado em sua cama, que ao lado nesse criado mudo que lhe deram, encontra-se A Insustentável Leveza do Ser. Saiba, o conhecimento é única ilusão que o homem se aproximará da estética.
O conhecimento típico do homem, que se assimila com mundo é a sua perspectiva. Aquele homem falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando as palavras que já distorciam em minha mente que nunca imaginei uma pessoa falar tanto.
     Ainda na mesma posição, sentia algo escorrer da minha boca, e ouvia gritos de dor, de medo e de loucura. Ouvia até Napoleão correndo por lá.
Minha mente a mil por hora, com pensamentos desconexos lembrou-se da frase: Os ímpios serão destruídos no fogo  nada restará deles (Malaquias, 4:1).
     Em seguida, vejo uma mulher sensual, loira de olhos verdes, pensei que era uma das deusas do Olimpo acompanhada de Hades e Zeus. Eles me drogavam, amordaçavam-me e amarravam-me. Não entendi o porquê daquilo.
     O que vi aconteceu. Acredito piamente que fui levado por deuses do Olimpo.
E esse êxtase transcendeu-me ao além. Perdido e nunca encontrado por ninguém, que não interessa, sai de mim que não era aquém.
 

terça-feira, 3 de abril de 2012

Catatonia (refeita)

CATATONIA

Autor: Fernando Marestoni

Eu estava dormindo quando acordo e olho para os lados, parecia uma coisa estranha ao ver, mas eu via todos os dias a mesma coisa. Via minha cama com o travesseiro próximo a cabeceira com aquele amassado côncavo no meio dele. Minha cama tinha sete rugas na vertical, sete na horizontal e mais sete no cobertor fino que me deram. Já era meio escuro, porque a janela de um só vidro tinha plausivelmente ou não plausivelmente trinta centímetros na vertical e na horizontal. Portanto era pouco o meu contato com os pássaros ou ate mesmo com o ar. Fiz a questão de me levantar para ter um mais contato sólido com as quatro paredes, um teto e o chão. Quando eu tocava a parede sentia com minha língua as nervuras dela causadas pela infiltração do banheiro ao lado.
Sentei, acendi um cigarro. Olhei para fumaça que sabia que me sufocaria. Com o olhar distante e minha cara de paisagem via as pessoas passarem e me olharem com aquele vestido branco que me deram na portaria.
Um tempo depois, acredito que algumas horas que passaram viam-me como minutos em extrema catatonia.
Olhei para esquerda e vi um senhor de bigode exagerado, ele olhava com a mão no queixo e o dedo polegar no lado esquerdo e o dedo indicador do lado direito, com isso não me saia palavras, somente grunhidos. Num espasmo repentino ele pega meu cigarro e diz:
__ Olá senhor, me chamo Friedrich, alguns me conhecem somente pelo sobrenome Nietzsche, vejo que o senhor ai sentado em sua cama, que ao lado nesse criado mudo que lhe deram, encontra-se A Insustentável Leveza do Ser. Saiba, o conhecimento é única ilusão que o homem se aproximará da estética.
O conhecimento típico do homem, que se assimila com mundo é a sua perspectiva. Aquele homem falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando, falando as palavras que já distorciam em minha mente que nunca imaginei uma pessoa falar tanto.
Ainda na mesma posição, sentia algo escorrer da minha boca, e ouvia gritos de dor, de medo e de loucura. Ouvia até Napoleão correndo por lá.
Minha mente a mil por hora, com pensamentos desconexos lembrou-se da frase: Os ímpios serão destruídos no fogo nada restará deles (Malaquias, 4:1).
Em seguida, vejo uma mulher sensual, loira de olhos verdes, pensei que era uma das deusas do Olimpo acompanhada de Hades e Zeus. Eles me drogavam, amordaçavam-me e amarravam-me. Não entendi o porquê daquilo.
O que vi aconteceu. Acredito piamente que fui levado por deuses do Olimpo.
E esse êxtase transcendeu-me ao além. Perdido e nunca encontrado por ninguém, que não interessa, sai de mim que não era aquém.

fim...????

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Eu

Sou diforme, e forme.
Sou alguém invisivel,
também visivel,
sou algo e alguém
sou ninguém.
Eu sou aquém.
Amém...
(Fernando Marestoni)

domingo, 4 de dezembro de 2011

Solidão

Dar-me-ei o privilégio da solidão
aqui ela é uma vasta imensidão
dentro desta concha vejo
que tudo se resume em nostalgia
o que ficaria nada seria.
Fernando Marestoni

domingo, 2 de outubro de 2011

"Monge Elsébio:
–Eis que surgirá uma grande concha e engulirá por 10 anos a vida, a morte, por fim a existência. Assim tu sumirás e voltarás depois de muito tempo. "(a Saga do Escorpião Negro)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Die Kunst starb



Die Kunst starb
Weil meine Apathie hatte
Und ich fühlte Sie nicht
Ich lernte nicht die Kunst sehen wie ich muss

Aber ich wusste dass die Kunst mich fühltet
Machte mich, befriedigt mich
Auf Zeit, dass sie wollte
Leider, sah ich sie nicht

Weil sie auf der Autobahn passierte
Und ich hörte sie
Abgelegen hörte sie
Und ich wusste es nicht
(Odnanref Inotseram)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Eu tenho medo do Mala-men

            
              Todos os dias em minha casa, minha mãe e suas amigas juntavam-se para rezar o terço, mas sempre tive medo, nunca gostei muito de religiões, ainda mais depois do dia que fui obrigado a ficar de castigo rezando com aquelas senhoras, que mais pareciam uvas-passas de tão velhas que eram.

            Em certos momentos da reza, eu via aquelas mulheres após dez ave-marias fazerem uma expressão de pavor quando mencionavam algo que se remetia a um monstro, era um monstro acredito, pois toda vez usavam a mesma expressão. Não sei bem o porquê de rezarem tanto como aquelas senhoras, acho que era para arrumar marido, pois eram todas tão chatas e viviam me abraçando, isso era carência ou faltava algo.

            Acabei até ficando instigado do porquê daquela expressão, então participei mais vezes para tentar descobrir, na sétima vez e na sétima bolinha do terço, prestei mais atenção naquelas senhoras, que mais ou menos, se eu não estiver enganado, falavam duzentos e cinquenta e seis letras e quando chegavam às letras duzentos e quarenta e seis que era a palavra: livrai-nos do Mala-men, elas faziam cara de medo, mas antes disto elas pediam perdão dizendo:

___ Perdoai nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mala-men.

            Será que fizeram algo para esse bicho, ou estão devendo para ele, ou ele é um ator de filme pornô para elas pedirem a não sei quem, que elas não caiam em tentação? Um tanto quanto duvidoso.

Fui mais sete vezes ouvir, e nada, cansei de tanta análise, precisei perguntar a minha mãe quem era o Mala-men, pois toda vez pediam para se livrarem de desse bicho, será piolho, ou sei lá, daí minha mãe me disse:

___Garoto bobo, não é nada disso que você esta pensando, faz parte da reza, nós simplesmente falamos rápido as palavras  e as juntamos!

___ Mas o que vocês falam?

___ Nada de mais, é simplesmente: Livrai-nos do Mal, amém, só isso.

Depois dessa resposta, sai muito mais aliviado, porque que não conhecia nenhum Mala-men, e nem faço mal a ninguém, aí pude dormir tranquilo. Amém.
AUTOR:         MARESTONI,F.M
   

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Um sonho

Eu pressagio a morte, pois está ela aqui.
Olhe ela ai, do seu lado...
Com seu machado levantado, sentada ao seu lado,
Esperando que acabe seu fado.

Ela sussurra para segredar algo que há de vir,
E você que está deitado ai só para se reprimir?
Acha que ela vai te redimir?
Ela não é o padre, nem a madre que irá te iludir.

Levar-te-á só pra te avisar,
Porque logo estarás a passear
Em um vale aonde a dor irá sempre te alcançar

Encontrará tudo e nada,
O belo e o medonho,
Sem chinelo acordaras de um sonho enfadonho.
(MARESTONI,Fernando, Um sonho – 2010)
LEIA DO TITULO E VERÁS O QUE ESTÁ ESCRITO

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A Massa

A massa come o pão amassado que o diabo vomitou,
Engole a discrepância de quem o limpou;
Ah, nobre cidadão plausível, incoerente e massível
Do pão nosso de cada dia, que o diabo vomitou.

Ah cidadão concerne que é mastigado e foge dos livros,
Nem sabes mais quem o deixou,
Sabe o que é o palpável, mastigável,
Crê no Deus que se desloca em caixas pretas de telas polêmicas

Tais são os monstros manipuláveis que esse Deus criou,
Que a divindade dos livros acabou;
Ah massa come o pão amassado que o diabo vomitou,

O menino de folhas que um dia nos olhou
Está triste, molhado, lavado,
Pois tudo já acabou.
(texto de Fernando Marestoni, A massa).

Meu Ego


As vezes é bom esconder o ego dentro do coração,
o silencio que vem com os ventos nos fazem sonhar
e adquirir o saber por que,
faz a mente pensar realmente em quem  você  é,

você é o ego que guardo no coração, é meu saber que me faz pensar
voce é o por que
é a razão de ser, de existir de pensar.
(Marestoni,Fernando,  texto Meu ego)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

FAÇAM SEUS COMETÁRIOS AQUI

  QUAL CAPITULO TE  INTERESSOU MAIS?

  ALGUM TRECHO DO LIVRO CHAMOU A SUA ATENÇÃO?
  
  O QUE O LIVRO TE PASSA?

Livro- A Saga do Escorpião Negro( PREFACIO)

Livro- A Saga do Escorpião Negro


PREFACIO



Caro leitor, não leve em conta minhas vãs palavras, pois o que escrevi é da vossa mente, quero fazer sua imaginação flutuar. Os personagens dessa obra são compostos através dos frutos de uma imaginação perturbada por seres de outros mundos, pode parecer ridículo esta questão, mas é assim que eles quiseram, e nasceram.

Pensem bem antes de começar pelo primeiro capitulo, pois lá não terás artifícios para um bom entendimento caro leitor. Pode parecer estranho um livro começar assim, mas gostaria de começar pelo principio, mas se eu for necessário vou para o fim e volto para o começo, não que eu propriamente dê rumo da história, seria chato, pedante de minha parte dizer que vou dar esse rumo, sendo que além das personagens, você quem sabe o rumo da historia. Imaginemos o corpo, onde a principal fonte que exerce o domínio dos movimentos é a cabeça. Mas essa cabeça foi formada, ela passou por um processo, a priori ela foi um espermatozóide, hoje ela é essa coisa enorme localizada acima do seu pescoço, mas se for cortada não terá mais nenhuma serventia, a não ser que sirva como um enfeite ou ate mesmo para que as moscas pousem e seu estomago se repugne.

O molde desse livro foi escrito às sete horas, às sete mentiras e sete dedos que serão engolidos pelos vermes que nos corroem.

Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO I)

CAPITULO I


O Monge



Em meados de vários séculos distantes, em uma cidade longínqua de um lugar inexato, habitava um monge ermitão.

Certo dia ele resolve descer das montanhas para não guardar mais o conhecimento para si mesmo, então desce setecentos e setenta e sete léguas a baixo, e se depara com um rio de águas bem claras, ele entra, tira o habito e se banha, mas a solidão o faz começar a pregar para os peixes:

__Enquanto o lobo se instrui em crer em um grande poder, a atenção do seu olho sempre se dirige para o cordeiro, nós caríssimos não sabemos bem o que sabemos, mas só sabemos bem o que temos, e o que temos vendemos.

Após outros sermões, e ele veste e sai novamente sem um rumo certeiro. Euzébio como gostava de ser chamado, sendo que o seu verdadeiro nome era Cleousdossímo, se encontrava nas montanhas em profunda meditação por muitos anos, nem ele mesmo sabia pra que servia aquilo, mas sabia que seria necessário algum dia. Seguindo rumo do vento, ele se depara com um macaco equilibrista na praça, onde observa e melancolicamente começa seu discurso prosaico:

__Existe em todos os homens, a todo o momento, duas postulações simultâneas, uma a Deus, outra a Satanás. A invocação a Deus, ou espiritualidade, é um desejo de elevar-se; aquela a Satanás, ou animalidade, é uma alegria de precipitar-se no abismo, e as nações não têm grandes homens senão contra a vontade delas - assim como as famílias, apenas é igual a outro quem prova sê-lo e apenas é digno da liberdade quem a sabe conquistar.

As pessoas nem olhavam mais para o animal equilibrista, ele tirou a atenção, inclusive do animal que perde o equilíbrio que cai de cabeça no chão, Euzébio preocupado em falar não reparou a queda do animal, ele pega o macaco, e o outro monge que estava presente chama-o:

__ Hei você, temos um defunto aqui do nosso mundo, o que faremos?

Euzébio, para, pensa, olha, reflete e diz:

__Quem não souber povoar a sua solidão, também não conseguirá isolar-se entre a gente; olhando para outro monge eles saem como se não houvesse ninguém ali, pegam um rumo incerto e somem na penumbra da noite.

Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO II)

CAPITULO II

O Jantar



Como vimos anteriormente, os monges saíram na penumbra noturna, mas após andarem muito, cansaram-se e já com fome, acenderam uma fogueira e comeram o macaco que carregavam, deixando a cabeça por ultimo.

O monge vira para Euzébio e diz:

__ Como podemos comer um de nós?

Friamente e com toda a arrogância Euzébio respondeu:

__ Meu caro que o nome não me importa, o sustento vem de nós propriamente dito, devemos nos alimentar através do sacrifício para o senhor, deixemos à cabeça por ultimo, para que absorvamos a sabedoria eterna, pois lá se encontra as portas para o céu.

Indignado com aquelas palavras ele sai desesperado e perturbado, onde encontra escorpiões negros em uma pedra, e tenta come-los, como era de se esperar caro leitor, ele é picado por sete escorpiões, e na agonizante calada da noturna começa a se debater. O veneno se espalha pelo corpo como algo que algo imaginável. Debatendo-se, a mente dele flui como nunca havia fluido antes, então ele começa a ter alucinações, onde vê um cavaleiro de armadura brilhante e negra em cima de um cavalo flamejante rubro negro; o cavaleiro desce de seu cavalo e fica por alguns minutos olhando o monge se debater, ele espera ate o ultimo fio de vida para poder ajudá-lo, então, chama o cavalo, que começa a pisotear a cabeça daquele ser inútil que se debatia no chão como um verme se estrebuchando a beira da morte. O cavaleiro desenha um pentagrama a sete passos do corpo e a sete palmos a esquerda desenha um escorpião e começa a invocar espíritos estranhos do submundo para uma suposta ressurreição. Raios caiam sobre os desenhos que se flamejam como fogo do inferno, escorpiões carregam o corpo desfigurado sobre o grande rei desenhado a sete palmos à esquerda, com isso o corpo é dominado por eles, e ele começa a demonstrar um certo apreço pela vida depois da elevação do seu corpo aos céus.

Levante e anda servo meu, diz o cavaleiro; o monge agora em pé sentindo-se estranho olha para os lados e percebeu algo diferente nele, era um novo ser surgindo, então o cavaleiro sacou e entregou uma adaga, onde o cabo tem um formato de um escorpião, onde contem poderes especiais, o cavaleiro diz:

__ Caríssimo servo, não sois mais como os homens, agora és um ser superior que hás de reproduzir a prole com a marca do escorpião negro, ainda digo, que com força e a proteção da adaga, nunca mais morras, guardas, e terás a proteção da divindade, caminhe com ela e terás tudo que quiseres, não baixes à guarda servo meu, pois assim nosso senhor acompanhar-vos-á, mas se não tomares cuidado a mão de nosso senhor poderá pesar com as pragas prometidas nas inscrições da adaga, guardes como algo muito preciso, pois se perderes sentirá a ira dele, e vossa alma sagrada irá para junto dele, e vosso corpo mumificado será, para que o herdeiro de sua primeira prole reine dignidade, não se esqueça dessas palavras, serão muito úteis daqui para frente, vá e segue em frente.

Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO III)

CAPITULO III
Como Nada Tivesse Acontecido


Com o sol saindo, o monge volta junto ao lugar que ele estava com o amigo, e percebe que Euzébio havia comido todo o macaco e dormido; recolhendo os ossos já com mau cheiro, ele senta e olha para adaga que não sabia o que fazer, e começa com solilóquios indagando-se:

__ O que será isso?

__ De onde vem isso?

Ele grita: Agora quem sou eu?

Como o eco de pavor Euzébio acorda assustado, levanta, corre, volta e diz:

__ O que está acontecendo aqui? Que berros são esses ser estúpido e desprezível? Qual sentido de acordar-me quando sol nem esta firme no céu?

O monge diz para Euzébio:

__ Os contentamentos e descontentamentos são inconstantes, pois na vida ainda à de ver muita coisa, vamos embora.

Achando tudo aquilo estranho, Euzébio concorda e eles seguem o rumo inexato, mas tímido ele pergunta:

__ Caríssimo, que fizeste essa noite, que acordei e não te vi?

O monge responde:

Estás a delirar companheiro, estive a noite toda contigo, simplesmente sai para fazer minhas necessidades, nada mais.

Euzébio achando muito estranho diz:

__ Devias estar muito apertado, pois demoraste.

O monge:

__ Por que preocupas com quem o nome não importa?

Euzébio:

__ É...

O monge:

Sou incógnita em constante inércia para alguém assim, mas se queres saber nem eu mesmo sei o que me passou, acredito que uma grande diarréia.

Euzébio:

__ Sendo assim tudo bem, a verdade está escondida nos frascos cintilastes dos mares.

O monge:

__ Exato, o senhor nos manda a declarar a paz e gloria dele.

Euzébio: sim, então vamos.



Assim caminhavam com os lentos inconstantes, pensantes, maçantes passos da hora do dia.

Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO IV)

CAPITULO IV




O Monge Cego



Caminhando, eles encontram um emaranhado de plantas, os sábios e perspicazes monges adentram sobre um denso bosque, a principio sombrio, fechado, melancólico; eles com certo medo ficaram, pois de tão quanto cerrado era o bosque, que tudo se tornava escuro, a luz mal penetrava sobre aquela densa camada de arvores e folhas velhas, olhavam sobre as raízes que eram grandes; assustados e apreensivos ficaram, lugar temeroso, macabro, ar de um grande inferno negro manchado pelo pecado e a dor que desatina sem doer no peito dos humildes que se rebaixaram aos prazeres de um infortunado mundo podre.

Euzébio era quem conduzia a caminhada, e seguiam como se tudo desse para ver. Na jornada ele encontra um galho seco que serviria como cajado para conduzi-los pelo bosque, e diz:

__ Não tenhas medo, estou contigo! No Oriente vou buscar tua semente e do Ocidente vou reunir a tua gente.

Com andar de desbravador, ele conduz o monge e os seres que os rodeavam sem verem, cansado e perdido ele senta sobre a raiz de uma arvore e olhava para frente, onde com o pouco de visibilidade enxerga o rosto de uma pessoa, uma forma que brilhava sobre a inerte escuridão e solidão do lugar; então ambos saem correndo em busca do que viam; próximo à formosa luz que viram, Euzébio tropeça e cai, segue o monge que descobre que sobre a luz brilhante mostrava-se uma pessoa, e Euzébio caído gritava de longe:

__ O vinho que alegra o coração do homem, o óleo que realça o brilho do rosto e o pão que sustenta o seu vigor. Israel enviou então o mensageiro a Seon, rei dos amorreus, para lhe dizer: “Deixa-nos atravessar tua terra. Não nos desviaremos nem para os campos nem para as vinhas, nem beberemos a água dos poços. Seguiremos pela estrada real, até termos atravessado teu território”.

Enquanto ele gritava, o monge olhava de baixo para cima como um cão que farejava algo conhecido, o ser se apresentava como um deles, o monge indaga:

__ Quem sois?

__ De onde sois?

__ O Que fazes aqui?

O ser responde:

__ Me chamo Samael, sou um monge do monteiro que se localiza depois da floresta das virgens monjas, desci das montanhas, vim aqui a mando de meu superior, ele me escolheu para guiar-vos para lá, nas ruas, nas vilas, corre rumores que dois monges em busca da sabedoria estavam por perto; por isso estou aqui, mas sou cego e irei conduzir-vos por que é o senhor me escolheu.

Limpando-se chega Euzébio, com aparência de cansado, e olha para os olhos de Samael e vê que os olhos dele eram todo esbranquiçado, e diz:

__ Ouvi de longe a conversa, eis que o senhor manda vir a este povo que é cego, embora tenha olhos perfeitos, manda vir este povo que é surdo embora tenha ouvidos.

Samael guiado por alguma força que os dois não sabiam o que era, andava na frente levando-os para algum lugar; os dois seguindo ele se perguntavam como aquilo podia acontecer, um cego que aparece do nada, que nada via, onde só ouvia e sentia, os conduzia.

Guiados por um sentimento cego e estranho, perguntam-se sobre o caminho desconhecido, o monge vira para Euzébio e diz:

__ O ouvi dizer sobre uma floresta de virgens monjas, onde poderemos comer algo e saciar nossa fome.

Euzébio responde:

__ Claro, nossa fome com tempo aumenta, pois nada mais nos sustenta do que ver sagradas virgens monjas atentas.

Livro- A Saga do Escorpião Negro(em andamento)


Livro- A Saga do Escorpião Negro





CAPITULO V



A Floresta Sagrada


domingo, 17 de janeiro de 2010

pierrot de andas


Pelos meus delírios e espasmo incandescentes da tortura da dor que ontem defenestrara minhas andas, por isso não alcancei nem o céu, e nem o inferno. (Fernando Marestoni).
Esboço

“Lacrimosa”, a antecipação da melancolia de nosso século: comentário estético e psicossocial à obra Elodia.

Conheci a obra “Elodia”, do grupo alemão Lacrimosa, quando já não era nenhuma novidade para aqueles ligados ao desenvolvimento da estética musical gótica. Isso foi no alvorecer da década zero. À ocasião, senti um furor intenso por finalmente ter contato com um trabalho musical que aliava a grandiosidade wagneriana a uma boa levada heavy metal.

Nunca igualado por trabalhos posteriores – ainda que “Fassade” seja um trabalho memorável – “Elodia” traz letras que poderiam descambar para o melodramático se não fosse a grandeza de espírito revelada na construção da harmonia. Simples, beirando o infantil em alguns momentos, extremamente complexa em outros, esta obra traz a erudição para a música pop. Sem abrir mão da mais autêntica força da música erudita, consegue fazer-se compreensível, sensível e trágica, para leigos e estudiosos.

Podem falar dos artistas em que Tilo Wolff bebeu. E por acaso uma obra de arte nasce do nada? De maneira alguma. Mas uma obra de arte transcende sua época quando consegue soar cordas do humano que vão além do momento sóciopolítico. Lacrimosa bebe de fontes como Antonio Bartoccetti, de Antonius Rex e Jacula, trabalhos que mereceriam ser melhor valorizados por aqueles que dizem assumir uma “estética do sombrio”; Black Sabbath, em seus melhores momentos de magia negra e ousadia – no início dos setenta do século passado; e, dentre outros que seria necessário citar (Alice Cooper, Grimson, e, até mesmo, Led Zeppelin – vide sua ligação com o pensamento de Alesteir Crowley e as músicas instrumentais intermináveis), Lacrimosa bebe inclusive nas origens do também alemão Kraftwerk ­– o grupo Organisation. Tilo Wolff nunca negou seu intenso contato com a música eletrônica: não aquela estupidez de festinhas, mas a música eletrônica industrial, sombria e espessa como petróleo puro.

Este petróleo movimenta cada faixa de Elodia, com sua construção verdadeiramente onírica: ouvir “Sanctus” é como estar naquelas noites em que não sabemos se o que nos vem à mente é pesadelo ou sonho... A faixa magistra da obra é um hino de louvor ao deus cristão que se converte num grito de melancolia que conclama os infernos a novamente revoltarem-se contra aquele que criou os céus e a desgraçada terra...

Toda construção da obra é permeada por vozes que se insinuam, às vezes liricamente, às vezes roucas e gritadas, no melhor do doom metal, sem deixar-se levar por uma agressividade barata. Em nenhum momento Elodia apresenta uma poética agressiva. É extremamente sutil: mesmo quando dá seus maiores gritos de repulsa a tudo àquilo que sabemos o que é (sim, sabemos...), usa-se de uma doçura amarga que faz o mais duro dos corações parar de bater por um instante...

Dentro de uma análise psicossocial, Elodia antecipou o advento, na década de zero, de toda aquela estética sombria que já vinha sendo preparada para eclodir, nos oitenta com o gótico “raiz”, nos noventa com o grunge... Ainda que, para nosso pesar, dessa estética faça parte a tristezinha infantil dos “emos”, a grande produção do grupo Lacrimosa é obra-mater que antecipou aquilo que seria o século XXI: um século, até agora, dominado por profundas incertezas, onde nos vemos perdidos entre a necessidade de afeto e o mais selvagem individualismo. A estética emo nada mais é a solidão que, de tão doentia, torna-se infantilizada.

Lacrimosa, ao contrário desse desamparo de criança desmamada, traz a dor trágica daqueles que viveram o suficiente para saber que a vida não precisa ser assim... mas nossa sociedade está fazendo com que seja.

Pensando na obra subsequente de Lacrimosa, citada aqui, eu pergunto: haverá uma Morgen Danach (manhã seguinte) para nós?

Cedi esse espaço ao meu grande amigo Luiz Bosco S. Machado Jr., psicólogo, autor deste texto.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Esboço do conto o Pierrot

E lá passava o pierrot rindo da piada que ja não tinha graça, e olha a disgraça alheia e ria com uma garrafa de cachaça

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Inverso do impresso

Entre meus dentes e meus lábios
Publiquei a flâmula catastrófica famigerada
Da questão entre palavras e pessoas
Inexatas.
Ah, como é bom sentir essa Expressão,
Que única e simplesmente
Dá o prazer de saber e sentir
O que há e o que não há,
E o que pesam ou deixam de pensar.
Jogo na cara dos senhores do regresso
Que procuram seu próprio umbigo, que eles
Não servem para mais nada;
enfim, acabo por aqui nesta forma
de verso, e deixo o sentido flutuar.
(Odnanref Inotseram)

domingo, 6 de dezembro de 2009

Trechos de Livro que eu Curto.

Quero Morrer! Quando ontem me afastei de você com a alma completamente tumultuada, o coração esmagado por tantas emoções, sentindo-me gelado de horror, consumindo a seu lado minha existência sem esperança, nem sei como pude chegar ao meu quarto. Lancei-me de joelhos, fora de mim... E Deus meu Você meu Deus, Você me concedeu a consolação suprema das lágrimas mais amargas! (GOETHE, 2005, p. 101)._____________________________________________________________________________

Rien n´égale en longueur les boiteuses journées,Quand sous les lourds flocons des neigeuses années
L´ennui, fruit de la morne incuriosité,
Prend les proportions de l´immortalité. […] (BAUDELAIRE, “Spleen”)


Tradução : “Nada iguala a extensão dos longos dias mancos, / Quando sob os pesados flocos da neve dos anos / O tédio, esse fruto da incuriosidade, / Atinge as proporções da imortalidade.”

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E quem te disse, presbítero, que o teu amor não era um crime?Tens razão, consciência! Quando aos pés do venerável Sisberto o gardingo Eurico jurou que abandonava o mundo, devia despir as paixões que do mundo trouxera (...) As minhas paixões não podiam morrer, porque eram imensas, e o que é imenso é eterno.E assim, nem ouso pedir a paz do sepulcro; porque para mim não haveria paz, senão no aniquilamento. (HERCULANO, 1997, p. 41).
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O abismo

O abismo d’minha vida será sempre esta sina?

Não poder realmente ter quem quero, por causa das

vidas passadas?

Responda-me destino, por que assim fico sem

saber o que fazer,

Esse sentimento pútrido sempre me deu vários devaneios,

mas nunca consegui desfrutar realmente por inteiro.

Porque a proporção do seu coração nunca

esteve em mim

Passei só para curar sua carência?

Pois acredito é o que o destino me reserva

Passar por instantes curtos, e ser desapercebido,

Tenho contido minhas emoções para não doar meu espírito,

E não cair em profunda dor, minha transcendência esta destinada

a cuidar de um amor

Que nunca existiu, pois é amor de outro e nunca por mim.

(Fernando Marestoni)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

MOCIDADE E MORTE





Solevantado o corpo, os olhos fitos,
As magras mãos cruzadas sobre o peito,
Vede-o, tão moço, velador de angústias,
Pela alta noite em solitário leito.

Por essas faces pálidas, cavadas,
Olhai, em fio as lágrimas deslizam;
E com o pulso, que apressado bate,
Do coração os estos harmonizam.

Ë que nas veias lhe circula a febre:
É que a fronte lhe alaga o suor frio;
É que lá dentro à dor, que o vai roendo,
Responde horrível íntimo cicio.

Encostando na mão o rosto aceso,
Fitou os olhos húmidos de pranto
Na lâmpada mortal ali pendente,
E lá consigo modulou um canto.

É um hino de amor e de esperança?
É oração de angústia e de saudade?
Resignado na dor, saúda a morte,
Ou vibra aos céus blasfémia d'impiedade?

É isso tudo, tumultuando incerto
No delírio febril daquela mente,
Que, balouçada à borda do sepulcro,
Volve após si a vista longamente.

É a poesia a murmurar-lhe na alma
Última nota de quebrada lira;
É o gemido do tombar do cedro;
É triste adeus do trovador que expira.
(Alexandre Herculano)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sempre

Como provar o que sinto por você,
Sei que não consigo parar de te querer,
Quero você todo tempo, mesmo que eu tenha
Que dominar o tempo.

Penso no seu calor todo momento,
E meus lábios quando se envolvem
com seus beijos enlouquecem.

Não consigo parar de pensar em você,
Não quero mais parar de pensar em você

É impossível segurar a emoção que sinto
Quando te vejo,
Sua ausência me faz falta e me
Faz te querer bem mais.
(Fernando Marestoni)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

RESUMO DO LIVRO MEMÓRIAS POSTUMAS DE BRAS CUBAS



O livro começa com um epitáfio, onde demonstra um profundo desprezo pelo homem, de inicio o autor dedica o livro aos vermes: “Ao verme que primeiro roeu as fias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”. Na narrativa é feita pelo defunto Brás Cubas, que escreve a própria biografia a partir do tumulo, sendo, portanto o como o autor diz: “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo principio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas condições me levaram a adotar o seguinte método: a primeira é que não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem foi um outro berço, a segunda é que o escrito ficaria mais galante e mais novo”. (capítulo I, Óbito do autor).

A vida de Brás Cubas dês do nascimento ( Naquele dia, capitulo X, o menino é o pai do homem, cap.XI) demonstra de um forma diferente o principio da vida, ele e já se declara herói: “ Naquele dia, a arvore dos Cubas brotou um graciosa flor; “lavado e enfaixado, fui desde logo o herói da nossa casa”. Desde de criança também se intitulava opinático, egoísta e desprezador dos homens, Passando para adolescência ele começa a ter contato com mulheres, ele conhece a espanhola Marcela em dá o seu primeiro beijo, daí inicia-se uma nova fase, novas experiências, Marcela foi o principio de tudo, onde Brás conhece os prazeres da vida, quando ele vai para Europa estudar ele aprimora as vivencias, em outras palavras ele fica mais malandro, vivido, conhece como é a vida.

Nunca os amores de Brás dá certo, porque ele conhece pessoas com certos problemas morais e físicos tais como: A interesseira, a coxa, a casada...

Ele com olhar a frente daquela sociedade, vê tudo com escárnio, humor negro, ele tenta ser ministro, mas Lobo Neves passa sua frente, tenta varios projetos, mas nem sempre da certo, desiludido com tudo e todos, ele quer ser famoso, então, inventa o emplasto Brás Cubas, e o remédio vem para solucionar não só a própria melancolia do autor, mas a melancolia da sociedade que no ângulo de visão dele nada tem sentido, por que tudo esta melancólico e pútrefo: “Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime, um emplasto anti-hipocondriaco, destinado a aliviar a nossa melancólica Humanidade”.( O emplasto, cap.II).

Comparando a vida dos heróis machadianos que são urbanos e vivem todas as consequencias da sociedade, que é a hipocrisia, casos extraconjugais, o interesse, o narcisismo, a competição pela sobrevivência, a adaptação ao meio que vive, sendo eles enigmáticos, mimam as mulheres, ciumentos, trágicos, como Luís Negreiros(Conto, O relógio de ouro)que ao final do ele trai a mulher em um caso extraconjugal, ou como Camilo(Conto, A cartomante) que é sarcástico, tem descrença no homem, prefere não ser nada, no inicio era ingênuo, perde as coisas mais importantes da vida como a mãe, tem um caso que não pode mostrar a sociedade por se relaciona com mulheres problemáticas como Rita que era casada, e conhece a cartomante interesseira: “Camilo tirou uma nota de dez Mil réis e deu-lha. Os olhos da cartomante fuzilaram. O preço usual era de dois mil réis (Conto, A cartomante).” A vida dos três se ligam por que no livro(memórias póstumas de brás cubas) e nos contos (A cartomante e O relógio de ouro) machado desvenda a sociedade como ela é.

Analisando a obra(memórias póstumas de brás cubas) frente a realidade, machado quer dizer que a sociedade é podre, decepcionante, tudo gira entorno do dinheiro, do interesse, porque brás não tem Vigília totalmente, só parcialmente? Por que Lobo Neves a faria marquesa, a daria estatus, todos na sociedade quer ir além, mas precisamos ser chulos, falsos, hipócritas, machado discorre essas ilusões de brás para mostrar o quanto,nos vendemos por pouco, o quanto somos podres. Por isso o escritor nos mostra através do filosofo Tomaz Hobbes: “O homem é lobo de si proprio(O Leviatã,Tomaz Hobbes), a filosofia materialista e mecanicistas do filosofo diz que a percepção é explicada mecanicaJustificarmente a partir das excitações transmitidas, assim a moral se reduz o interesse e a paixão, como e Virgília, Marcela, no final ele perde o intesse de todos, brás cubas se mostra solitario por isso, como um lobo, a seguinte frase de Tomaz Hobbes define ao todo o que é o livro: Justiça e injustiça, não pertencem a lista das faculdades do espírito ou do corpo; pois, nesse caso, elas poriam ser encontradas em um homem que estivesse sozinho no mundo( como acontece seus sentidos e suas paixões).( O estado natural e o pacto social, Tomaz Hobbes).” Por isso um defunto e solitário.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mais que um amigo



Talvez eu seja somente um amigo

Não sei o porquê desse tempo

Mas, espero que os dias passem para estar junto a ti

Não sei dizer, só sei que me pego sempre pensando em você

Apesar de nos vermos sempre num estalo

A cada dia meu pensamento esta em você

Percebo que a canção que fiz, te faz tão bem

Sonhos vivos e vida nova trouxeram-me

Um novo destino, uma nova pessoa,

Que me entende e pensa como eu

Não quero saber que as pessoas pensam sobre nós

Sei que hoje sou mais que um amigo

Mesmo ainda não tendo muito sentido

Nossos dias serão mais longos e calmos

Eu espero por você

Serei mais que um amigo

Se deixar estarei sempre quando precisar

Quero sempre te fazer especial

(Odnanref Inotseram)

Ouvir sua voz



Na madrugada que liguei

Ouvi sua voz para ficar mais calmo

E matar a saudade

Sei que pode parecer estranho

Alguém que nunca te viu

Fazer o que faço

Mas sempre imaginei alguém como você

Ainda que nada tenha sentido para nós

O tempo se encarregará de dar o sentido

(Odnanref.Inotseram)

Sinceridade


Sei que não fui como você queria que eu fosse

Mas vou mudar e serei algo melhor

Pra te fazer especial

Não há nada melhor que a transparência da sinceridade

Poder confiar e novamente reconstruir tudo que fiz

Vou me mostrar como seu príncipe e reconstruir seu castelo

Quero você do meu lado, quero você como for.

E ainda que eu não saiba demonstrar, vou deixar

Que o tempo diga a verdade do que sou,

Nada mais importa, pois tudo se passou,

O mais importante agora é você

Fernando Marestoni

Eu e você



Se por acaso um dia se lembrar de mim
Apareça para refrescar a cabeça
E sumirmos para montarmos nossos planos juntos
Planos que inda não se concretizaram
E quando o inverno chegar,
Apareça para que eu possa te esquentar
E fazer você flutuar sobre as nuvens

Vamos fugir pra bem longe
E deixar nossos planos se concretizarem.

Ainda que seja difícil pisar no chão
O seu olhar e seu beijo não me saem da cabeça
Me dê uma chance para provar que ainda
Posso fazer seu mundo diferente,
Ainda que seja difícil sei que posso
Fazer você novamente flutuar sobre as nuvens.

fenando marestoni

Te fazer feliz


Lembro de você todo tempo

Mesmo não podendo te ter

Sei que ainda pensa em mim

Não vou desistir, pois sei que

Será difícil encontrar alguém

Como você novamente

Percebo que palavras não mais se encontram

e nossos pensamentos não mais se completam

era tão bom estar do seu lado

por tudo se completava e se encontrava

sei que ainda existe uma chance basta você querer

vem pra mim, vamos concretizar aqueles planos

quando escutar essa canção sei que vai lembrar de mim de nós

só queria te fazer feliz

O Tempo


Achei que a busca infindável por pelo ser singular e ideal

Havia acabado;

Mas percebi que o senhor tempo nunca esta favorável

A nós

Ele sempre nos remete a possibilidades que nem imaginamos,

Ah, como seria bom, mas acredito que a sina seja estar ao lado

De seres plurais e normais

Infelizmente as coisas não são como queremos

A se eu pudesse, manipular o tempo e voltar as

Horas e os ponteiros, para que única e simplesmente

Tivesse o domínio do tempo,

Mas sei isso é impossível, por que o favorável é

Desfavorável, o certo é sempre incerto e

É incabível pensar, portanto se torna iníquo querer

Dominar o tempo. por que ele sempre nos domina.

Autor:Odnanref.Inotseram

Andarilho Noturno


Em meio às mesas de bares, cigarros e cervejas

a companhia do corpo cheio do liquido sagrado

me entorpece e preenche o vazio profundo

Que sinto

autor: Fernando Marestoni

Esquizofrenia



A ailocnâclem od uem otiep

Es etelfer an ainerfozinqes

Od aid-a-aid

Edno sezou ortned ad açebac

Maoce etnemacuol mes

Rarap, em-odnaxied etnematelpmoc odabruterp

Ho, seres od odnum laerri

Mexied eu rasnep rop mim

Oserm, siop missa ieracif

Siam omalc, oliuqnart

Ierev amu avon edadilaer

Omsem odendop em racuhcam

Sob: aiel sa searf an medro lamron, sam

sa sarvalap ed zárt arap etnerf

Odnanref

sábado, 5 de setembro de 2009

Desprezo pelo Homem-O Anticristo, Nietzsche


Chegado a este ponto, não reprimo um suspiro. Há dias em que me atormenta um sentimento mais negro que a mais negra melancolia: o desprezo pelo homem. E para não deixar dúvidas quanto ao que desprezo, a quem desprezo: é o homem de hoje, o homem de que sou fatidicamente contemporâneo. O homem de hoje - o seu hálito impuro sufoca-me... Em relação a coisas passadas sou, como todos os adeptos do saber, de uma grande tolerância, isto é, de um magnânimo autodomínio: percorro o universo de manicómio de milénios inteiros, quer se chame «cristianismo», «fé cristã» ou «Igreja Cristã», com uma sombria precaução - e abstenho-me de tornar a humanidade responsável pelas suas doenças mentais. Mas o meu sentimento muda, rompe-se, assim que entro nos tempos modernos, no nosso tempo. O nosso tempo é ciente... O que, outrora, era apenas mórbido, hoje, tornou-se indecoroso - é indecoroso, actualmente, ser cristão. E aqui começa o meu asco. Olho à minha volta: já não resta nem uma palavra daquilo que, em tempos, se chamava «verdade»; já não suportamos sequer que um sacerdote tão-somente pronuncie a palavra «verdade». Mesmo que se tenha apenas a mais modesta pretensão à rectidão intelectual, tem de se saber, hoje, que um teólogo, um padre, um papa, com cada frase que diz, não só erra, mas mente - e que já não lhe é possível mentir por «inocência» nem por «ignorância». Até o sacerdote sabe, tal qual toda a gente sabe, que já não há «Deus», nem «pecador», nem «Redentor», que «livre arbítrio» e «ordem moral universal» são mentiras - a seriedade, o profundo autodomínio, do espiríto já não permitem a ninguém não ser sabedor a esse respeito... Todas as concepções da Igreja estão reconhecidas como aquilo que são, como a mais maldosa fabricação de moeda falsa que há, com a finalidade de desvalorizar a Natureza, os valores naturais; o próprio sacerdote está reconhecido como aquilo que é, como a espécie mais perigosa de parasita, como a autêntica aranha venenosa da vida... Hoje, sabemos, a nossa consciência sabe o que valem essas sinistras invenções dos sacerdotes e da Igreja, para que serviram as concepções com as quais se atingiu esse estado de auto-aviltamento da humanidade, um espectáculo susceptível de causar repugnância - as noções de «Além», de «juízo final», de «imortalidade da alma», de «alma» até, são instrumentos de tortura, são sistemas de crueldade, graças aos quais o sacerdote passou a dominar e continuou a dominar... Toda a gente sabe isto e, não obstante, continua tudo na mesma. Para onde foi o derradeiro sentimento de decoro, de respeito por si próprio, se até os nossos estadistas, um género de homens aliás muito despreocupados e anticristãos de cima a baixo na acção. ainda hoje se intitulam cristãos e vão à comunhão?... Um jovem príncipe à frente dos seus regimentos, magnífico como expressão de egoísmo e da presunção do seu poco - mas, sem qualquer pudor, confessando-se cristão!... A quem nega, pois, o cristianismo? A que chama ele «mundo»? Ao ser soldado, ao ser juiz, ao ser patriota; ao facto de alguém se defender, de prezar a sua honra, de querer o que lhe traz vantagem, de ser orgulhoso... Qualquer prática quotidiana, qualquer instinto, qualquer juízo de valor que se torne acto são, actualmente, anticristãos: que monstro de falsidade há-de ser o homem moderno, para que, apesar disso, não se envergonhe de ainda se chamar cristão!
O Anticristo, Nietzsche