sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Eu tenho medo do Mala-men
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Um sonho
Olhe ela ai, do seu lado...
Com seu machado levantado, sentada ao seu lado,
Esperando que acabe seu fado.
Ela sussurra para segredar algo que há de vir,
E você que está deitado ai só para se reprimir?
Acha que ela vai te redimir?
Ela não é o padre, nem a madre que irá te iludir.
Levar-te-á só pra te avisar,
Porque logo estarás a passear
Em um vale aonde a dor irá sempre te alcançar
Encontrará tudo e nada,
O belo e o medonho,
Sem chinelo acordaras de um sonho enfadonho.
(MARESTONI,Fernando, Um sonho – 2010)
LEIA DO TITULO E VERÁS O QUE ESTÁ ESCRITO
sexta-feira, 7 de maio de 2010
A Massa
Engole a discrepância de quem o limpou;
Ah, nobre cidadão plausível, incoerente e massível
Do pão nosso de cada dia, que o diabo vomitou.
Ah cidadão concerne que é mastigado e foge dos livros,
Nem sabes mais quem o deixou,
Sabe o que é o palpável, mastigável,
Crê no Deus que se desloca em caixas pretas de telas polêmicas
Tais são os monstros manipuláveis que esse Deus criou,
Que a divindade dos livros acabou;
Ah massa come o pão amassado que o diabo vomitou,
O menino de folhas que um dia nos olhou
Está triste, molhado, lavado,
Pois tudo já acabou.
(texto de Fernando Marestoni, A massa).
Meu Ego
As vezes é bom esconder o ego dentro do coração,
o silencio que vem com os ventos nos fazem sonhar
e adquirir o saber por que,
faz a mente pensar realmente em quem você é,
você é o ego que guardo no coração, é meu saber que me faz pensar
voce é o por que
é a razão de ser, de existir de pensar.
(Marestoni,Fernando, texto Meu ego)
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
FAÇAM SEUS COMETÁRIOS AQUI
ALGUM TRECHO DO LIVRO CHAMOU A SUA ATENÇÃO?
O QUE O LIVRO TE PASSA?
Livro- A Saga do Escorpião Negro( PREFACIO)
Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO I)
Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO II)
Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO III)
Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO IV)
domingo, 17 de janeiro de 2010
pierrot de andas
“Lacrimosa”, a antecipação da melancolia de nosso século: comentário estético e psicossocial à obra Elodia.
Conheci a obra “Elodia”, do grupo alemão Lacrimosa, quando já não era nenhuma novidade para aqueles ligados ao desenvolvimento da estética musical gótica. Isso foi no alvorecer da década zero. À ocasião, senti um furor intenso por finalmente ter contato com um trabalho musical que aliava a grandiosidade wagneriana a uma boa levada heavy metal.
Nunca igualado por trabalhos posteriores – ainda que “Fassade” seja um trabalho memorável – “Elodia” traz letras que poderiam descambar para o melodramático se não fosse a grandeza de espírito revelada na construção da harmonia. Simples, beirando o infantil em alguns momentos, extremamente complexa em outros, esta obra traz a erudição para a música pop. Sem abrir mão da mais autêntica força da música erudita, consegue fazer-se compreensível, sensível e trágica, para leigos e estudiosos.
Podem falar dos artistas
Este petróleo movimenta cada faixa de Elodia, com sua construção verdadeiramente onírica: ouvir “Sanctus” é como estar naquelas noites em que não sabemos se o que nos vem à mente é pesadelo ou sonho... A faixa magistra da obra é um hino de louvor ao deus cristão que se converte num grito de melancolia que conclama os infernos a novamente revoltarem-se contra aquele que criou os céus e a desgraçada terra...
Toda construção da obra é permeada por vozes que se insinuam, às vezes liricamente, às vezes roucas e gritadas, no melhor do doom metal, sem deixar-se levar por uma agressividade barata. Em nenhum momento Elodia apresenta uma poética agressiva. É extremamente sutil: mesmo quando dá seus maiores gritos de repulsa a tudo àquilo que sabemos o que é (sim, sabemos...), usa-se de uma doçura amarga que faz o mais duro dos corações parar de bater por um instante...
Dentro de uma análise psicossocial, Elodia antecipou o advento, na década de zero, de toda aquela estética sombria que já vinha sendo preparada para eclodir, nos oitenta com o gótico “raiz”, nos noventa com o grunge... Ainda que, para nosso pesar, dessa estética faça parte a tristezinha infantil dos “emos”, a grande produção do grupo Lacrimosa é obra-mater que antecipou aquilo que seria o século XXI: um século, até agora, dominado por profundas incertezas, onde nos vemos perdidos entre a necessidade de afeto e o mais selvagem individualismo. A estética emo nada mais é a solidão que, de tão doentia, torna-se infantilizada.
Lacrimosa, ao contrário desse desamparo de criança desmamada, traz a dor trágica daqueles que viveram o suficiente para saber que a vida não precisa ser assim... mas nossa sociedade está fazendo com que seja.
Pensando na obra subsequente de Lacrimosa, citada aqui, eu pergunto: haverá uma Morgen Danach (manhã seguinte) para nós?
Cedi esse espaço ao meu grande amigo Luiz Bosco S. Machado Jr., psicólogo, autor deste texto.