sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Livro- A Saga do Escorpião Negro( CAPITULO IV)

CAPITULO IV




O Monge Cego



Caminhando, eles encontram um emaranhado de plantas, os sábios e perspicazes monges adentram sobre um denso bosque, a principio sombrio, fechado, melancólico; eles com certo medo ficaram, pois de tão quanto cerrado era o bosque, que tudo se tornava escuro, a luz mal penetrava sobre aquela densa camada de arvores e folhas velhas, olhavam sobre as raízes que eram grandes; assustados e apreensivos ficaram, lugar temeroso, macabro, ar de um grande inferno negro manchado pelo pecado e a dor que desatina sem doer no peito dos humildes que se rebaixaram aos prazeres de um infortunado mundo podre.

Euzébio era quem conduzia a caminhada, e seguiam como se tudo desse para ver. Na jornada ele encontra um galho seco que serviria como cajado para conduzi-los pelo bosque, e diz:

__ Não tenhas medo, estou contigo! No Oriente vou buscar tua semente e do Ocidente vou reunir a tua gente.

Com andar de desbravador, ele conduz o monge e os seres que os rodeavam sem verem, cansado e perdido ele senta sobre a raiz de uma arvore e olhava para frente, onde com o pouco de visibilidade enxerga o rosto de uma pessoa, uma forma que brilhava sobre a inerte escuridão e solidão do lugar; então ambos saem correndo em busca do que viam; próximo à formosa luz que viram, Euzébio tropeça e cai, segue o monge que descobre que sobre a luz brilhante mostrava-se uma pessoa, e Euzébio caído gritava de longe:

__ O vinho que alegra o coração do homem, o óleo que realça o brilho do rosto e o pão que sustenta o seu vigor. Israel enviou então o mensageiro a Seon, rei dos amorreus, para lhe dizer: “Deixa-nos atravessar tua terra. Não nos desviaremos nem para os campos nem para as vinhas, nem beberemos a água dos poços. Seguiremos pela estrada real, até termos atravessado teu território”.

Enquanto ele gritava, o monge olhava de baixo para cima como um cão que farejava algo conhecido, o ser se apresentava como um deles, o monge indaga:

__ Quem sois?

__ De onde sois?

__ O Que fazes aqui?

O ser responde:

__ Me chamo Samael, sou um monge do monteiro que se localiza depois da floresta das virgens monjas, desci das montanhas, vim aqui a mando de meu superior, ele me escolheu para guiar-vos para lá, nas ruas, nas vilas, corre rumores que dois monges em busca da sabedoria estavam por perto; por isso estou aqui, mas sou cego e irei conduzir-vos por que é o senhor me escolheu.

Limpando-se chega Euzébio, com aparência de cansado, e olha para os olhos de Samael e vê que os olhos dele eram todo esbranquiçado, e diz:

__ Ouvi de longe a conversa, eis que o senhor manda vir a este povo que é cego, embora tenha olhos perfeitos, manda vir este povo que é surdo embora tenha ouvidos.

Samael guiado por alguma força que os dois não sabiam o que era, andava na frente levando-os para algum lugar; os dois seguindo ele se perguntavam como aquilo podia acontecer, um cego que aparece do nada, que nada via, onde só ouvia e sentia, os conduzia.

Guiados por um sentimento cego e estranho, perguntam-se sobre o caminho desconhecido, o monge vira para Euzébio e diz:

__ O ouvi dizer sobre uma floresta de virgens monjas, onde poderemos comer algo e saciar nossa fome.

Euzébio responde:

__ Claro, nossa fome com tempo aumenta, pois nada mais nos sustenta do que ver sagradas virgens monjas atentas.

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